27 de julho de 2008

Baleia à vista! Praia do Rosa


Chegamos à Praia do Rosa. Quantas surpresas! O lugar é realmente especial, principalmente pelos encantos e cantos que vem do mar.
A Praia do Rosa é um bom lugar para aqueles que buscam descanso em meio à natureza e que querem fugir das praias super povoadas. Chama-se assim em homenagem à figura do pescador nativo, Dorvino Manoel da Rosa, que hospedava e recebia carinhosamente os surfistas que descobriam a praia nos anos 70, quando só se chegava a pé e as casas e estradas eram iluminadas à lamparina. Algo ainda sugere a lembrança desta antiga vila . O carro de boi ainda é um veículo de transporte utilizado na praia nos meses de Maio a Junho, período em que a pesca artesanal da tainha movimenta a comunidade nativa.
Infelizmente pudemos notar um grande aumento no número de pousadas (hoje mais de uma centena) e de empresas, como restaurantes e casas noturnas. O que sugere para nós aumento de conforto, progresso e badalação. Mas isso tem um custo ambiental que deve vir acompanhado de uma consciência de que é necessário preservar. Conversando com moradores locais ficamos sabendo que nas épocas mais badaladas da região (Carnaval e Ano Novo), muito lixo é deixado nas praias.
Além de suas brancas areias, trilhas na mata atlântica, dunas e lagoas, um dos grandes atrativos da Praia do Rosa é a observação da Baleia Franca Austral - espécie ameaçada de extinção - que utiliza esta praia (e outras do litoral catarinense) para acasalar e passar os primeiros meses de vida dos filhotes. Um espetáculo que acontece de junho a outubro e nós felizmente estávamos por lá!

Logo no primeiro dia fomos orientados a ir até a Praia da Ribanceira e, passeando pela beira do mar, começamos a ver os borrifos de água. Lá estava ela! Logo depois vimos outra e mais outra... Bem próximas da arrebentação havia várias baleias acompanhadas de seus filhotes. Ficamos bem excitados e eu fiquei algum tempo tentando fotografá-las. Mas infelizmente da areia não consegui boas imagens. É necessário uma boa dose de paciência e sorte para observar os grandes mamíferos entre saltos e acrobacias.

No dia seguinte fomos à Imbituba para conhecer o museu da Baleia ( http://www.baleiafranca.org.br/oprojeto/oprojeto_museu.htm ) e conhecer um pouco mais sobre ela.
"A baleia franca pode medir até 18 metros de comprimento e pesar mais de 80 toneladas."
"Também chamadas de "right whales" por serem a espécie mais fácil de matar, foram a espinha dorsal da economia de vários povoados da costa brasileira no período de colonização."
"Seu óleo era destinado a iluminação e a fabricação de argamassa e as "barbatanas" para a fabricação de espartilhos."
“De uma pequena população estimada em 100.000 animais, no início do século XX restavam em todo o planeta algumas centenas de sobreviventes.”
“Nas primeiras semanas de vida, devido ao alto teor de gordura do leite dado pela mãe, o filhote pode aumentar até 50 kg por dia.”
“Possuem no alto da cabeça calosidades, únicas em cada indivíduo, que permite sua identificação individual.”



A grande surpresa ficou reservada para o dia seguinte, com o pessoal do IBF ( http://www.baleiafranca.org/ ) - Instituto Baleia Franca. Acordamos cedo e fomos pra vizinha Praia de Garopaba, assistimos a uma palestra sobre as baleias ministrada por uma bióloga e depois fomos para o barco, de onde tentaríamos avistar as baleias, desta vez mais de perto. Depois de navegar por uma hora chegamos à Praia da Ribanceira, onde estavam lá várias baleias com seus filhotes.
Ao nos aproximarmos, os motores foram desligados e elas não estavam nem aí pra nossa presença. Indiferentes, algumas se afastaram após uma pequena aproximação. Isso se repetiu algumas vezes até que uma delas virou-se em nossa direção e tranquilamente se aproximou do barco. E veio, e veio, até que estava lá, linda, enorme! Bem do nosso lado! Pudemos ver também o filhote recebendo sua proteção. Todos no barco se emocionaram! Realmente foi um momento bem especial que será guardado para sempre em nossa memória e em algumas fotografias!


A última baleia franca morta no Brasil foi em 1973, em Imbituba. Foi só em 1980 que este gigante dos mares foi novamente avistado por um grupo de pescadores, carimbando o retorno ao seu habitat natural.
O IBF, atualmente sem patrocício, foi criado em 2001 com a parceria da empresa Turismo Vida Sol e Mar, que doa 5% de seu lucro para o instituto. Tem como objetivo a preservação e observação da baleia, promovendo palestras e buscando conhecer cada vez mais a espécie.
A nossa última noite no Rosa foi daquelas de contemplação inesquecível.
Vale a pena visitar a Lagoa de Ibiraquera, deserta e singela. Em seu entorno reside a tranquilidade e algumas famílias de pescadores . A barra da agoa se junta à praia da Luz desaguando no mar. Ali fomos ver juntos o nascer da lua cheia. O sol ainda estava se pondo na lagoa enquanto a lua subia do outro lado, no mar. Amelia ficou como que em uma partida de tênis. Olhava pra um lado, olhava para o outro lado... Sem ter como eleger o mais bonito. De uma lado a luz laranja do fogo. Do outro lado o azul apaziguador. Foi inesquecível mesmo.

23 de julho de 2008

Torres e Farol

Saímos de Praia Grande e demos uma passada rápida em Torres, RS, cidade famosa por abrigar as mais belas praias do litoral Gaúcho.

Fizemos uma caminhada pelo do Morro do Farol, que é o local ideal para avistar as belezas naturais da cidade. De lá se pode ver todas as praias, as torres, a Lagoa do Violão, as serras, as dunas e a Ilha dos Lobos.
Terminamos a caminhada no Parque da Guarita, cujos desenhos dos jardins foram feitos pelo famoso paisagista BURLE MARX. Almoçamos na beira da praia e seguimos viagem.

Voltamos para o litoral de Santa Catarina, desta vez o destino sendo o Farol de Santa Marta, que tem este nome devido ao farol construído por franceses em 1891, no alto do cabo de Santa Marta. O farol é um dos maiores do mundo, tem 29 metros de altura, com alcance de 92 km geográficos.
Confesso que logo na chegada ficamos um pouco desapontados com a paisagem do lugar. Eu já havia estado por lá há uns 15 anos atrás e na época havia umas poucas casas de pescadores. Agora o morro do farol está tomado de casas, pousadas e comércio. Uma construção em cima da outra, com pouquíssimo espaço para circulação. Pelo menos ao se afastar um pouco do farol, ainda é possível curtir praias bem desertas. Pra quem surfa o lugar é especial pois rolam “altas” ondas!

Como chegamos tarde, tratamos logo de conseguir um lugar pra dormir, e no máximo fomos até o mercadinho comprar algum alimento. Estávamos cansados e nos recolhemos cedo.
Ficamos em um camping mas conseguimos um chalé pelo mesmo preço do acampamento. Bem confortável!

Pela manhã ficamos na praia de bobeira contemplando o vai e vem dos barcos de pesca acompanhados pelas gaivotas. Foi bom poder curtir o sol que andava um pouco ausente. Compramos um peixe fresquinho e bem baratinho que foi o principal do nosso almoço - delicioso! O entardecer também foi lindo e privilegiado. "Brincamos" de fotografar - publicaremos em breve aqui no BLOG essas e muitas outras fotos que estão sendo reveladas.

Nosso próximo destino será a Praia do Rosa onde, se tivermos sorte, avistaremos as Baleias Franca que passam por lá nesta época do ano para reproduzir e amamentar seus filhotes.

Até lá.

João e Amelia

19 de julho de 2008

No interior do Cânion

Depois de curtir as emoções e belezas de Cambará do Sul voltamos para Praia Grande para terminar o roteiro dos Cânions. Já havíamos passado em Praia Grande há um mês mas devido as más condições do tempo, não havíamos feito o passeio mais interessante.

Tivemos o prazer de mais uma vez ser conduzidos pelo pessoal da APCE (Associação Praiagrandense de Condutores de Ecoturismo - www.apce-sc.com.br/ ). Desta vez quem nos guiou foi a simpática Gizaela. Segundo ela, a trilha do Rio do Boi é um passeio imperdível pra quem quer de fato sentir a energia do Cânion Itaimbezinho. Trata-se de uma trilha pelo interior dos paredões deste gigante, de onde despencam várias cachoeiras lindíssimas. O grande desafio é que a caminhada, que pode durar até 8 horas, é inteira feita pisando e se equilibrando em pedras no leito do rio. E é necessário passar por dentro d’água umas 20 vezes com a água gelada até o joelho.

A caminhada exigiu muita concentração, na certa uma forma de meditação, que consistiu em olhar o tempo todo para onde estaríamos dando o próximo passo. Parávamos de vez em quando para admirar a paisagem que era diferente e singular em cada trecho. Hora tinham poços de água cristalina, hora cachoeiras caindo dos paredões, corredeiras, sem contar as sortidas pedras, mescladas em cores, tamanhos e formas diversas.


Como o rio estava bem seco não tivemos muitas dificuldades, mas é claro que houveram uns escorregões, eu mesmo caí duas vezes dentro d’água e por pouco não molhei o equipamento fotográfico. Para que isso não acontecesse, em alguns trechos tivemos que trabalhar em equipe – atravessando o rio de mãos dadas par que um pudesse se apoiar no outro.

Após a pausa para o lanche num cenário cinematográfico, começamos a retornar. O interessante é que na volta tudo estava diferente devido à luz. A cachoeira que na ida estava na sombra passou a ter sol e outros trechos onde batia sol, agora estavam sombreados. A impressão que tive é que estava passeando num outro lugar.

E assim, após seis horas de passeio, retornamos pra cidade. Todos cansados e com fome porém com a alma repleta de felicidade!


Obrigado "Pacha Mama"!

16 de julho de 2008

De volta aos Cânions

Com uma rápida e tranqüila viagem saindo de Canela, chegamos ao município de Cambará do Sul. Já tínhamos visitado o Parque Aparados da Serra 3 semanas antes, mas não havíamos conhecido tudo. Desta vez tivemos a oportunidade de rever outros cânions, passando por um novo roteiro e finalmente com Sol e Calor!
No primeiro dia fomos à Cachoeira dos Venâncios. Pelas informações que havíamos recebido, achamos que seria apenas mais uma bela cachoeira, depois de algumas já visitadas na região.
Percorremos 17 km de estrada de terra passando por campos e entramos na fazenda por uma estradinha cercada por pastagens e gado. Em um determinado ponto tivemos que deixar o carro e seguir a pé. Já no início da pequena trilha, ficamos encantados com a formação vegetal do lugar, e tamanha foi a nossa surpresa ao ver através da mata aquele grande “lençol branco”. São várias quedas, a principal com 5 metros de altura e 100 de largura! Ficamos algumas horas por ali só curtindo o visual, o som das águas e a tranqüilidade do lugar e, quando o sol apareceu entre as nuvens, dei um bom mergulho no rio Camisas. Foi um dia muito bonito e especial para nós dois.

O dia seguinte amanheceu quente com raras nuvens no céu. Sem dúvida um dia excelente pra conhecer a maior atração do Parque Nacional de Serra Geral, o Cânion Fortaleza.
Depois de quase uma hora de estrada de terra, chegamos ao parque e fomos recebidos por dois pequenos passarinhos que cantavam sem parar - assim começamos a nossa caminhada! O impressionante é a grande dimensão de tudo no lugar. O cânion tem 7,5 km de extensão, 900 m de profundidade e até 1,5 km de largura; ou seja, nos sentimos como uma formiga no meio daquela imensidão! Ficamos algumas horas por lá caminhando e contemplando essa esplêndida obra da Natureza. Não tem como não refletir sobre como tudo foi criado. Por mais que haja explicações científicas, podemos sentir uma grande força por trás de tudo isso. O lugar tem uma energia e tanto!



Continuamos o nosso passeio para conhecer a Pedra do Segredo, uma grande pedra equilibrada numa base estreita, que fica em cima de uma das paredes do cânion. Logo no início da trilha, um casal nos deu a dica de seguirmos pela margem do rio para chegarmos até lá, pois este caminho seria o mais bonito e fácil. Seguimos a valiosa dica e acompanhamos o rio na caminhada. Que surpresa! O rio despencava do alto do Cânion Fortaleza, numa visão deslumbrante! Era a cachoeira do Tigre, de 200 m de queda!



Um tempo depois, uma nevoa começou a subir vinda do interior do cânion, parecia coisa de filme! Quando conseguimos avistar a Pedra do Segredo, ela aparecia e desaparecia no meio da névoa, fazendo jus a seu nome. Já era tarde e como a névoa avançava trazendo o frio, resolvemos retornar para Cambará do Sul. A visita à Cambará foi uma surpresa muito agradável. Não imaginávamos que o lugar guardava tantos segredos. Vale muito a pena conhecer!

15 de julho de 2008

Gramado e Canela

Cachoeira do Caracol - 131 metros

Depois de nossa visita ao rico templo budista, seguimos viagem em direção à Cambará do Sul para visitar o Parque Nacional da Serra Geral. Na metade do caminho fizemos uma pausa para conhecer Gramado e Canela.

As duas cidades têm muitos atrativos turísticos. Parecem cidades cenográficas devido às suas arquiteturas. Em Canela fomos no estruturado e belo Parque do Caracol. Para conhecer aCachoeira do Caracol mais de perto, descemos por uma escadaria de metal dentro da floresta, com mais de 800 degraus, mas que valem a pena o esforço pois a cascata é lindíssima!

Nas duas cidades existem também outros parques com estrutura para o turismo de aventura, são também famosas por sua gastronomia. Por isso experimentamos um super bem servido "fondue" e também não deixamos de visitar uma tradicional fábrica de chocolates onde Amelia obviamente se fartou.


Apreciamos muito a arquitetura da igreja Matriz de Nossa Senhora de Lourdes (1953), construída de pedras em estilo gótico inglês, com torre de 65 metros e 12 sinos, que ouvimos badalar no final do dia.

É em Gramado que ocorre, em agosto, o principal festival de cinema do Brasil , além de um dos maiores eventos natalinos.
Apesar da visita ter durado apenas dois dias, curtimos bem a região.

10 de julho de 2008

Fotos

Novas Fotos!!! Clique em FOTOS DA EXPEDIÇÃO.

8 de julho de 2008

Templo Budista

http://templobudista.org
Quem for para a região serrana do Rio Grande do Sul não pode deixar de visitar o Templo Budista Khadro Ling. É imperdível por sua beleza estonteante, cores vibrantes e energia!
O templo foi idealizado por discíplos do S.Ema. Chagdud Tulku Rinpoche que visitou o Brasil nos anos 90 e escolheu as terras do município de Trës Coroas por ser um local alto e bonito, lembrando o Tibet.
Sua construção teve início em 95/96 com a mudança do Rinpoche para o Brasil. Ele pertenceu à última geração de professores que foi inteiramente treinada na rica tradição dos ensinamentos budistas. Hoje, após seu desencarne, o templo é dirigido por sua esposa e lá também moram aproximadamente 50 praticantes que também trabalham voluntariamente para auxiliar na manutenção do local.



O dia ensolarado, raro nas últimas semanas, enalteceu a beleza do lugar que tem significados em todos os seus detalhes e monumentos. As cores, extremamente vibrantes, são uma expressão externa das qualidades da natureza pura do homem.
Tivemos o prazer de participar de uma cerimônia que é aberta ao público nos domingos. Os mantras tibetanos tem uma sonoridade única, hipnótica, que faz com que automaticamente fechemos os olhos e rezemos pelos princípios universais pregados pela filosofia budista – respeito, compaixão, desapego...
As paredes do templo onde acontece a cerimönia contam a história da vida do Buda Shakyamuni, o Buda da nossa era. O teto, também colorido, é todo trabalhado com madeira e a sala é cheia de ornamentos e imagens.

Sobre as prateleiras do altar há escrituras e textos sagrados. São o Kanjûr, de 108 volumes que contem 84.000 ensinamentos do Buda histórico que foram recolhidos por seus discípulos, e o Tanjûr de 227 volumes, que são os comentários dos grandes mestres sobre esses ensinamentos. Os textos são em folha solta, meticulosamente copiados e traduzidos para o tibetano à mão e são protegidos por tecidos coloridos que embelezam mais ainda a parte interna do templo. Esses textos, que o Brasil tem o privilégio de abrigar, são o resultado de 6 séculos de trabalho e alguns deles são o último testemunho original do patrimônio tibetano quase destruído com a invasão da China em 1959.

Fora do templo há duas casas de rodas de oração, que são cilindros de metal e madeira gravados com emblemas e preces, que giram no sentido horário durante todo o dia. Dentro das rodas há milhares de mantras escritos em papel. O giro da roda representa a repetição das preces e mantras e o vento que as toca espalha as benções dessas preces para todo o universo. (Lindo!)
Nos jardins há estátuas feitas pelo próprio Rinpoche, casas de lamparina para homenagens, monumentos que representam as virtudes de Buda e uma replica de uma morada sagrada do Tibet que abrigam as cinzas do Rinpoche. Há também as bandeiras de oração - centenas de bandeiras impressas com mantras que espalham bençãos ao vento.

Foi um dia muito marcante com uma sensação plena paz.

Quem nunca ouviu falar sobre Buda ou a filosofia Budista?
Até muito pouco tempo eu não conhecia os detalhes da vida de Buda ou do surgimento da filosofia. Buda não é um nome próprio, significa “aquele que purificou todas as suas faltas e revelou por completo sua verdadeira natureza”. O potencial de se tornar um Buda é inerente à todos nós.
Comprei então um livro que conta a história do Príncipe Sidarta Gautama que alcançou a iluminação e virou o Buda histórico ao que muitos se referem.
Achei que seria legal fazer um resumo pra quem quiser saber um pouco da história e entender um pouco mais os ensinamentos budistas, abaixo:

O Príncipe Sidarta Gautama nasceu no reino de Sakya, perto da fronteira da Índia com o Nepal em 563 A.C.
Seu pai, o Rei Suddhodana, era um guerreiro feroz e valente. Sua mãe Maya Devi, morreu durante seu nascimento, logo após ter tido um sonho sagrado sobre o futuro de seu filho.
Era de costume na época que as crianças da corte tivessem uma cerimônia onde seu mapa natal seria lido em voz alta. Os dizeres determinariam a vida do príncipe a partir daquele momento. Era o maior desejo do Rei Suddhodana que seu filho se tornasse um corajoso guerreiro que fosse defender o reino e conquistar terras inimigas. O mapa foi lido como o de alguém que iria conquistar os 4 cantos do mundo. Mas não como o seu pai desejava, o futuro do príncipe Sidarta Gautama foi lido como o de alguém que iria governar a própria alma.
O desespero do Rei fez com que ele trancasse seu filho no palácio durante 18 anos com a esperança de que se o príncipe nunca visse a morte ou o sofrimento, não sairia em busca de seu destino e obedeceria o rei e seus ensinamentos.
Sidarta cresceu ouvindo vozes e sentindo proteção divina. Aos 18 anos conseguiu escapar do palácio para conhecer a cidade. Lá viu um cadáver e conheceu a morte, viu um homem doente e conheceu o sofrimento causado pela dor, viu um velho e conheceu os efeitos do tempo. Conheceu também um iogue iluminado que o ensinou a acalmar a mente com a meditação.
O príncipe Sidarta voltou para o palácio com revolta e vontade de mudar o mundo mas foi convencido a seguir seu destino e servir seu reinado.
Foi só aos 29 anos que fugiu do palácio para ser tornar um monge e buscar seu caminho de iluminação. Na época os monges eram como mendigos que deixavam suas famílias para trás e renunciavam completamente o mundo. Não podiam ter posses alem da túnica, um cajado para ajudar na caminhada, um colar para orações e uma tigela para pedir comida.
O monge Gautama sofreu com a dificuldade em ter pensamentos humildes, sentiu culpas profundas pelo abandono da família, procurou durante anos diversos mestres tradicionais, e não encontrou a paz. Meditou durante 6 anos, sozinho, sem dormir e muitas vezes sem comer. Chegou perto da morte e não encontrou a iluminação.

Quase a beira da morte o Monge Gautama percebeu que ele estava em guerra com seus desejos e que isso o fazia desprezar o mundo e seu corpo. Percebeu que sua ânsia para alcançar a santidade era também um alimento para seu ego, era a busca de uma ilusão para fugir do medo da morte. O caminho do meio era a resposta. Viver a vida com equilíbrio, sem o extremo da vida santa ou da vida de um príncipe. Somos todos Um e tudo é passageiro. Nada “é”, tudo “está”.
Foi assim que Sidarta Gautama encontrou sua iluminação e se tornou o Buda Shakyamuni, o Buda da nossa era!
Voltou para o reinado e até sua morte, aos 80 anos, doutrinou o mundo com seus pensamentos budistas.
Rapidamente cito abaixo trechos do livro que são sermões de Buda. Escolhi estes trechos para citar porque fiquei muito impressionada com a similaridade que esses ensinamentos budistas têm com inúmeros outros ensinamentos que vêm cruzando nosso caminho durante a viagem. São muitas as informações que têm chegado até nós mas é impressionante como as mensagens em geral são praticamente as mesmas, mas que se apresentam de forma diferente. A vida é toda coberta de ilusões que nós mesmos escolhemos, muitas vezes por medo ou insegurança. Mas nós somos os responsáveis por absolutamente tudo que ocorre, dentro da lei da ação e reação. É como o “Curso em Milagres” ensina: vivemos num sonho e o conteúdo deste sonho é a nossa responsabilidade. Desejamos um bom sonho à todos!

“Buda jogou o pó para cima. Ele permaneceu suspenso como uma nuvem turva por um segundo antes que a brisa o levasse embora.
- Pensem no que acabaram de ver – disse Buda. – O pó retém sua forma por um breve momento quando o jogamos no ar, assim como o corpo retém sua forma durante sua breve vida. Quando o vento o faz desaparecer, para onde vai o pó? Ele volta para a sua fonte, a terra. No futuro, esse mesmo pó permitirá o crescimento da grama e será engolido por uma gazela que comer a grama. O animal morre e volta ao pó (...) O pó está vivo numa planta mas está morto sob nossos pés, numa estrada (...) O pó contem a vida e a morte ao mesmo tempo.
(...) Vocês podem ser completos mas somente se virem a si mesmos dessa maneira. Não existe vida santa. Não há guerra entre o bem e o mal. Não há pecado nem redenção. Nada disso importa para o seu eu verdadeiro. Mas tudo tem enorme importância para o seu eu falso, aquele que acredita num eu à parte. Vocês tentaram levar o seu eu isolado, com toda a sua solidão, sua ansiedade e seu orgulho, até as portas da iluminação. Mas ele jamais atravessará essas portas, porque é uma ilusão”.

(“Buda: A história de um iluminado.” De Deepak Chopra. Editora Sextante)


Para mais informações sobre o “Curso em Milagres” acesar:
www.milagres.org ou www.annasharp.com.br

Queridos Amigos,


Estar longe da família e dos amigos é a parte difícil da viagem e encontrar vocês - Karla, Valentine, Gabriel, Paulo e Armelinda - preencheu nossos corações para que continuemos nosso caminho.
Com amor,
João e Amelia

3 de julho de 2008

Saindo do roteiro...


O inverno chegou de verdade aqui no Sul pois, além do frio, o Sol já não aparece há uma semana. Resolvemos então dar uma mudada em nosso roteiro. Deixamos o litoral e fomos novamente em direção à serra, agora a Gaúcha. Antes no entanto demos uma alegre parada e estamos visitando amigos em Estância Velha, que fica entre Porto Alegre e Gramado - nosso próximo destino.

Estamos bem acolhidos e confortáveis na casa do Paulo, onde ele, a Karla (minha grande amiga de Noronha), Gabi e a pequena e especial Valentine nos recebem com amor e carinho como se fôssemos da família.
OBRIGADO AMIGOS!

Ontem demos uma escapada do roteiro das águas e fomos à rota dos vinhos. O Vale dos Vinhedos corre por entre as divisas de Bento Gonçalves, Garibaldi e Monte Belo do Sul. Possui 31 vinículas e nós fomos visitar a da família Miolo. Conhecemos sobre os tipos de uva, além de como e onde os vinhos e espumantes são produzidos, para depois fazer uma degustação - feita pela Amelia, já que eu estava dirigindo - com 4 tipos de vinhos tinto e 1 espumante.


Em Bento Gonçalves também passeamos rapidamente no "Caminhos das Pedras" onde vimos diversas construções típicas dos imigrantes italianos como casas sintuosas feitas de pedra. Almoçamos numa típica cantina italiana e fomos à Casa da Ovelha, fazenda de ovelhas que processa leite em iogurte, doce de leite e diversos tipos de queijo que pudemos degustar e comprar para levar conosco pelas nossas andanças.
Pra quem for visitar Bento Gonçalves, lá acontece um passeio turístico de Trem (Maria Fumaça) que não fizemos por falta de tempo. O trem a vapor viaja 23 quilometros até Garibaldi e Carlos Barbosa.
Esses dias tem sido bons par quebrar um pouco da "rotina" de nossa viagem, digo rotina em termos de conforto, estar com amigos, e fazer uns programas diferentes.
Dependendo do tempo e de nossos anfitriões, que querem que passemos mais uns dias com eles, estaremos indo para a serra nos próximos dias. Rezem aí pro Sol aparecer!!!