27 de janeiro de 2009

ABROLHOS – Parque Nacional Marinho

(Atobá na Ilha Santa Bárbara com Ilha Redonda atrás)

SOBRE ABROLHOS:
“Quando te aproximares da Terra, abre os olhos” - Américo Vespúcio - na sua segunda expedição portuguesa ao Brasil - 1503 - para alertar os navegantes sobre o perigo dos recifes de coral, daí o nome Abrolhos.


Abrolhos foi o primeiro Parque Nacional Marinho do Brasil, seguido por Fernando de Noronha, os dois únicos no pais. Ele reúne as maiores e mais importantes formações de coral no sul do nosso oceano, alem de mais de 140 espécies de peixes, 3 tipos de tartarugas e mais de 2000 baleias Jubarte, que visitam a região entre julho e novembro.


O arquipélago é formado por 5 ilhas – a Redonda, Guarita, Sueste, Siriba e Santa Bárbara, esta última não sendo pertencente ao Parque por ser da marinha e abrigar o farol de sinalização marítima.

A única ilha que é permitido o desembarque é a Ilha Siriba. Lá, com monitoramento do Guarda Parques, pode-se observar várias espécies de aves marinhas que procuram as ilhas em diferentes épocas do ano pra nidificar. Entre elas estão os Atobás, as Fragatas e aves migratórias como os Beneditos e os Maçaricos do Ártico.
Com autorização da marinha pode-se desembarcar também na ilha Santa Barbara que tem uma mini vila de 8 casas onde moram o pessoal do IBAMA, do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Biodiversidade) e da Marinha. A água doce pros moradores é feita através de captação de chuva e os suprimentos vem do continente a cada 15 dias. Na ilha há cabras que fornecem leite e, em caso de problemas no abastecimento, também são uma fonte de proteína. É possível a visitação ao farol que foi construído em 1861 e possui lâminas de cristais imensas que fazem a luz chegar até o continente – bem impressionante!

O Parque compreende uma área de 91.300 hectares e fica à 70 km da costa. Dependendo do barco, a viagem pode chegar a 5 horas de duração. O passeio é mais procurado por mergulhadores credenciados. Além da riquíssima vida marinha, há em Abrolhos 3 navios naufragados que são pontos de mergulho muito apreciados (o mais famoso é o Rosalinda que afundou em 1955 e ainda tem restos de sua carga como sacos de cimento e pedaços de vidro de cascos de cerveja).


Em Caravelas, ponto de partida, existem algumas operadoras que organizam o programa e coordenam os mergulhos. A embarcação Titan, da Apecatu Expedições, possui características que fazem toda a diferença num passeio como esse. O barco é um Trawler de 74 pés, seguro, muito bem cuidado e confortável e é o único que oferece água quente, banheiros feminino e masculino, cabines confortáveis e tem uma autonomia de 5000 mil litros de água doce. Mais importante do que isso, pudemos testemunhar que o Titan tem uma tripulação especial que preza por ótimo atendimento aos passageiros. As refeições são fartas e deliciosas.

(Embarcação Titan)

Outro diferencial é a presença de uma bióloga à bordo, que ministra uma palestra sobre o ambiente que estaremos visitando e dá dicas de cuidados que devemos ter para não impactarmos o ambiente marinho. Ela também está sempre à disposição dos mais curiosos. E o bom relacionamento da equipe do Titan com a Marinha torna possível a visitação a ilha Santa Bárbara pra acompanhar o acender do incrível farol.
Para visitar Abrolhos, recomendamos a Apecatu Expedições
Fone: (73) 3297-1751

NOSSA EXPERIÊNCIA:

(Atobá na Ilha Santa Bárbara com Farol ao fundo)

Bom, essa foi toda a descrição que achei necessária pra mostrar o cenário dos maravilhosos três dias que passamos a bordo do Titan em Abrolhos. Ah Abrolhos! (Será que o Américo Vespúcio brincava de nadar com os peixinhos???)
Nossa! Foi uma diversão!


O passeio é mais para mergulhadores. João tem credencial, mas eu não.
Mas eu já tava empolgada com a idéia de navegar pelo mar aberto, conhecer esse tal de Abrolhos e, se eu ia ainda mergulhar com os peixinhos, não tinha erro!


Passei mal váaaarias vezes! É muito ruim mesmo essa história de passar mal com o balanço do mar, mas nas horas em que eu estava bem – que foram muitas também – nossa, que delícia!
Todo mundo saía pra mergulhar – ia lá pro fundo do mar – todos extremamente felizes que iam ver os recifes de coral, os naufrágios, as espécies – e eu, feliz da vida que ia ficar com aquele barcão todo só pra mim! Vista 360 graus de mar transparente, ilhas belas com lindas aves para avistar, milhões de filmes à disposição em DVD, excelente companhia de tripulação pra conversar e trocar, uma comida deliciosa e um céu riscado, lindo, refletido!

O João mergulhava algumas vezes mas nem todas. Ele queria mesmo era fotografar as ilhas. Os mergulhadores em excursão não entendiam: “Cara, mas você não vai mergulhar no naufragado Rosalinda?” - Todo mundo feliz, e cada um com sua paixão!

(João fotografando na Ilha Siriba)

O João conhecia o Felipe, Guarda Parques, que morou muitos anos em Noronha e agora estava em Abrolhos há poucos meses. Felipe foi quem conduziu o João a lugares, na ilha Santa Bárbara, onde poucos turistas tem acesso. E o Thomas, proprietário do Titan, ajudou muito graças ao excelente relacionamento que tem com todos do IBAMA, ICMBio e Marinha. Graças à eles, João pôde se esbaldar e explorar as ilhas por todos os ângulos que queria. Contou também com a ajuda da Amanda, uma baiana arretada e de sorriso mágico, que é estagiaria do IBAMA e acompanhou ele em uma das visitas que fez na ilha Siriba pra fotografar os atobás.


A hora em que eu mais me esbaldei foi no mergulho de snorkel que fiz com a Lu - linda, doce e inteligente bióloga do barco. A gente nadou um pouco na costa da Siriba e depois foi até a Redonda. Que coisa linda e impressionante! Segundo ela, vimos mais de 100 espécies de peixes! Muuuitos!!! Nunca tinha visto tantos diferentes numa tacada só. Coloridos, pintados, achatados, bocudos, engraçados! A Lu ia me dizendo o nome de cada um. Queria eu ter conseguido decorar tudo pra poder escrever aqui. Vimos também tartarugas e me lembrei com saudades de Noronha!

(Eu e Lu fazendo mergulho livre entre as Ilhas Siriba e Redonda - vimos mais de 100 espécies de peixe)

Também fiz um batismo (mergulho autônomo acompanhado com instrutor). Foi excelente e melhor do que o que fiz em Noronha. Fiquei nadando numa parede de corais enorme, um mais colorido e belo que o outro. E muitos e muitos peixes, lagosta, moréia... João desceu conosco pra me fotografar e filmar. O mergulho foi ótimo mas concluí que continuo preferindo o mergulho livre (apnéia), principalmente acompanhada do João que faz tudo quanto é tipo de peripécia de baixo d’água.


(Eu e João no meu batismo)

Na segunda noite, o pessoal da Marinha e do IBAMA fez um Luau na praia da Ilha Santa Bárbara. Que fofos! Havia uma grande fogueira, que o João ajudou a montar, e um de nossos amigos do barco que toca a violão cantou serestas e outras músicas mais populares. Foi muito divertido!
(Galera do passeio)

Fizemos amizades no barco, havia pessoas especiais. Entre elas a Alani, esposa do “tocador” de violão, que me fez companhia em muitas ocasiões por preferir não fazer tantos mergulhos por dia. Me encheu de carinho e também de bons conselhos. Ficamos também amigos de um casal paulista, Natalia e Diogo, que nos acompanharam no trecho da viagem que viria à seguir. Finalmente tivemos companhia na nossa aventura, contarei mais disso na próxima postagem.


Obrigada à Laila e Thomas da Apecatu Expedições pelo passeio tão bem organizado e especial. Obrigada ao Felipe, Amanda e todos do IBAMA e ICMBio. Obrigada ao Coronel e ao Faroleiro que nos receberam tão bem. Obrigada à Cris pela comida caseira deliciosa do barco e à todos da tripulação pelo carinho. Obrigadíssimo à Lu por seus ensinamentos da Biologia e da vida. Obrigada aos amigos que conhecemos no barco. Foram dias realmente especiais.
Visitem Abrolhos!

23 de janeiro de 2009

Chegando na Bahia

(Praia do Tororão)
Nosso primeiro destino na Bahia foi Caravelas. Na pacata cidade o vaivém dos barcos de pescadores é o que mais tem de movimentado. Viemos para cá com a intenção de ir pra Abrolhos. Conhecemos Laila e Thomas que operam uma empresa de turismo e mergulho e marcamos o passeio para o final de semana.
(Detalhes da cidade de Caravelas)


Enquanto o dia do passeio não chegava, fomos para Cumuruxatiba, próxima a mais conhecida cidade de Prado. A região possui 80 quilômetros de costa com diversas praias e falésias maravilhosas pra conhecer. Aliás, tudo na Bahia parece maravilhoso. Mal chegamos aqui, há menos de uma semana, e parece que já faz mais de um mês que estamos nesse rico pedaço do nosso imenso Brasil. Acho que se mudássemos a Expedição Águas do Brasil, para “Águas da Bahia” poderíamos ficar um ano só viajando por aqui.
Passamos o dia dirigindo pela costa numa estrada de terra bem ruim que acabou quebrando algumas de nossas coisinhas devido à trepidação. Primeiro paramos na Praia do Farol e já foi motivo pra ficarmos extasiados. As nuvens formavam desenhos no azul do céu que contrastava com a areia e as falésias. Muitas fotografias, claro!
Depois continuamos para as praias da Amendoeira, Tororão e das Ostras – todos pontos belíssimos e muito pouco visitados devido à distância. Voltamos para almoçar na praia da Paixão e comemos nossa primeira moqueca bahiana. O restaurante era de beira de praia, bem simples, mas minha nossa, que moqueca!
O João tava insistindo em acampar na praia, queria dormir vendo as estrelas e ouvindo as ondas. Eu já estava exausta dos muitos quilômetros percorridos e do calor e não consegui discutir, faz parte da aventura, vamos lá montar a barraca na praia então!
Dormimos em Cumuruxatiba. Passei o fim da tarde estirada numa cadeira na beira do mar lendo e o João, sempre energético, fazendo amizade com todo mundo que aparecia. Fez amizade com o dono de um bar na beira da praia, também viajante como nós, que acabou nos convidando para acampar lá mesmo e usufruir do seu banheiro com chuveiro. Bom, pelo menos eu tive banheiro e chuveiro!

O nascer do sol foi lindo e devidamente registrado. Tomamos um bom café da manhã e partimos pra última praia que queríamos conhecer, há 18 km. Chegamos à Barra do Caí, uma extensa praia deserta de areias claras, margeada em grande parte por um belo e rico manguezal onde o João conheceu um jovem pescador nativo chamado Alcimar, que de novo o fez lembrar da infância no pequeno mangue da praia grande onde brincava com caranguejos. Ficamos impressionados com toda aquela paisagem.

Voltamos então para Caravelas para descansarmos para o dia seguinte que seria a partida do barco para o arquipélago de Abrolhos. Até lá!

20 de janeiro de 2009

Itaúnas: de passagem pelas dunas


Saímos do Rio no dia 11 de janeiro rumo ao nordeste, uma longa viagem para chegar ao sul da Bahia. No primeiro dia, depois de muitas horas no volante atravessando o norte do Rio e praticamente todo o Espírito Santo, decidimos parar e descansar numa pequena cidade chamada Linhares. Dormimos bem e seguimos no dia seguinte para uma das últimas vilas do litoral do Espírito Santo. Passamos por Conceição da Barra onde almoçamos e seguimos para o nosso destino, a pequena e agradável vila de Itaúnas, A região é conhecida por suas dunas que há 50 anos invadiram a antiga vila e cobriram de areia todas as casas lá existentes, com exceção de uma, que está lá intocada até hoje e cujo morador faleceu no ano passado.
Relatos históricos indicam que entre os anos 30 e 40 o uso indiscriminado dos recursos florestais da restinga, associado aos fortes ventos na região, provocaram o desaparecimento da antiga vila.

Os atrativos da região ficam dentro do Parque Estadual de Itaúnas, que foi criado em 1991 para preservar ecossistemas da mata atlântica, como a restinga, o manguezal, entre outros. Além de proteger as tartarugas que desovam no litoral. No parque se desenvolvem atividades de educação ambiental, fiscalização, ecoturismo, pesquisa e monitoramento ambiental. Essas atividades contribuem para a preservação dos recursos naturais e várias delas contam com o envolvimento das comunidades que vivem no entorno.

No parque pode-se fazer trilhas a pé, de bike ou a cavalo. Passeio de caiaque também é uma opção para quem quer um contato ainda maior com a fauna e flora nas regiões alagadas. Monitores e condutores ambientais ficam disponíveis para atendimento aos visitantes e condução de trilhas. Recomendo também uma visita ao centro de visitantes do parque para conhecer melhor sua história, ver a exposição arqueológica e do projeto Tamar.

A vila é considerada a capital do forró, onde o ritmo nordestino anima os visitantes e nativos todas as noites. Não deixamos por menos, mesmo cansados, Amelia e eu nos rendemos a um arrasta pé bem coladinhos, isso depois de curtir uma praia e de namorar nas dunas vendo a lua nascer. Nada mal para o início da viagem!
O calor foi o que nos pegou de surpresa! Ficamos sabendo que as temperaturas bateram recordes nestes dias atingindo até 45 graus em Petrolina.
Passamos somente um dia em Itaúnas, seguindo então para o sul da Bahia. Almoçamos em Alcobaça e seguimos em direção à Caravelas para conhecermos o arquipélago de Abrolhos.

11 de janeiro de 2009

Todos os santos nos aguardam na Bahia!

próxima postagem!

7 de janeiro de 2009

Paraty e Saco do Mamanguá

A Bela Paraty

Saindo de Ubatuba, tínhamos no caminho de volta ao Rio para as festa de fim de ano a nossa última parada, a bela e histórica Paraty.

Sempre ficamos impressionados com todas as belezas desse grande Brasil, que reúne características de todos os continentes, que tem uma beleza única e muito diversificada. Sempre penso que não preciso sair daqui pra conhecer as paisagens mais belas do mundo, penso que todas elas estão no meu país e Paraty é um bom exemplo disso: tem mata atlântica para todos os lados, muitas cachoeiras para se banhar, trilhas para passear, uma arquitetura colonial bem preservada e, claro, praias e mais praias de pura beleza.

Dados históricos rápidos: Paraty cresceu devido aos engenhos de cana de açúcar, chegando a ter mais de 250. No século XVIII o porto era usado para escoar das Minas Gerais pedras preciosas e ouro que eram mandados para Portugal. Com a constante ameaça de Piratas que se refugiavam em praias como Trindade, a rota de ouro mudou e a cidade passou por sérios problemas econômicos. Graças as suas belezas naturais e conservação das construções, Paraty passou a ser um ponto turístico muito procurado e hoje é ponto mais do que recomendado para qualquer viajante.

Hospedamos-nos num albergue muito charmoso e confortável e fazemos questão de falar dele aqui. A proprietária, Luciana, nos recebeu super bem, deu muitas dicas e fez a gente se sentir em casa.
O albergue fica na Rua da Lapa que é a rua principal do Centro Histórico. Fica perto do Porto de embarque para passeios de barco e facilita muito pra quem gosta de sair a noite pra jantar ou badalar. Pra quem gosta de agitação, nada melhor mesmo que ficar em um albergue, pois ali sempre temos a oportunidade de conhecer pessoas legais, com muita experiência em viagens e aventuras e com muitas histórias interessantes para contar. Realmente recomendamos a hospedagem no Don Quixote Hostel! E o preço é mais do que justo!
www.donquixotehostel.com Tel: 24 33711782

Centro Histórico

Chegando a Paraty, depois de nos instalarmos, a primeira coisa gostosa que fizemos foi passear pelo Centro Histórico. Entramos nos diversos ateliers de arte e tomei um delicioso sorvete. A cidade está cada vez mais conhecida pela movimentação cultural. Há muitos artistas locais, artesãos, teatro, música, um clima realmente agradável.

Em Paraty há várias opções de passeios: pode-se visitar cachoeiras subindo a estrada em direção à Cunha, passear de barco pelas ilhas, conhecer praias fazendo trilhas e ainda há o roteiro histórico pelos antigos engenhos nas fazendas. Existem várias operadoras de turismo e nós optamos pela PARATY ADVENTURE para o nosso passeio de barco. Foi a empresa que melhor nos atendeu melhor e o passeio de barco vale a pena pra quem quer passar um dia na tranqüilidade.
No passeio, o barco estava bem cuidado, o capitão era muito simpático e a comida servida a bordo bem gostosa. O passeio sai do porto de Paraty e segue pela tranqüila baía de águas calmas e límpidas passando por várias ilhas, ilhotas e praias. Paramos na Ilha Redonda para um mergulho com snorkel depois seguimos para a movimentada Praia Vermelha onde a escuna deu uma parada para desembarque. Almoçamos abrigados do vento atrás da ilha do Mantimento e seguimos para a praia Jurumirim onde pudemos observar a casa do famoso navegador Amyr Klink. Voltamos com aquela brisa agradável para o porto.

Passeio de escuna Paraty Adventure 24 33716175

Praia do Sono

Infelizmente o tempo ruim não estava dando muita trégua então não conseguimos explorar muitos cantos da região. João chegou a passear por Trindade pra fotografar e fez uma trilha até a praia do Sono. No mesmo dia fomos em direção à Cunha, na serra da Bocaina, até a cachoeira da Pedra Branca. Apesar do tempo um pouco frio, o banho foi super relaxante. Subindo um pouco o rio descobrimos um cantinho mágico com uma pequena queda d’água que parecia um cenário cinematográfico, ficamos mais de uma hora fotografando.
Cachoeira da Pedra Branca


No dia que a chuva parou um pouco seguimos viagem para acampar no Saco do Mamanguá, que abriga o único fiorde tropical da costa brasileira e, no seu fundo, um manguezal. Fomos de carro até Paraty-Mirim e de lá um barqueiro nos levou na praia que acampamos (na residência da família do Sr. Orlando – pessoal pra lá de especial). Logo na chegada havia algumas crianças brincando com seus barquinhos. João foi fotografá-los e disse mais uma vez ter lembrado de sua infância em Itacuruçá.


Hoje moram no Mamanguá cerca de 120 famílias caiçaras (miscigenação do índio com o negro escravo e o branco europeu) que vivem do turismo, pesca e artesanato. Sr. Orlando, nosso anfitrião caiçara, cuja família já mora lá faz quatro gerações, nos contou um pouco sobre a situação de muitos caiçaras que por ingenuidade perderam suas terras para pessoas com poder ($). Hoje estas famílias têm como vizinhos enormes mansões que nem se preocupam com a preservação ambiental e muito menos com a cultura caiçara.

João ficou fascinado pelo “seu Orlando”, ouvindo suas histórias de pescador. Disse que já pescara em todo o litoral brasileiro e que esteve em Fernando de Noronha de barco há 40 anos atrás! O contato do seu Orlando é (24) 98228035 ele tem um barco e faz o transporte a partir de Paraty ou Paraty-mirim (a combinar).

Na manhã que não choveu fizemos a trilha pra subir o morro do Pão de Açúcar, com cerca de 400 metros de altura. A vista é maravilhosa mostrando todo o Saco do Mamanguá.
Vista do Pico do Mamanguá (Pão de Açúcar)

Teríamos ficado mais tempo por lá se não fosse a chuva e a invasão dos mosquitos. Eu sabia que ia chegar o dia em que eu realmente iria entrar numa batalha com os mosquitos, só que não sabia que eu ia perder por tanto! Era aquele mosquitinho pequeno, o Maruim, que não voa muito alto mas pica que é uma beleza! Entraram mais de cinqüenta na nossa barraca e não tinha repelente que segurasse. No dia seguinte de manhã dei uma de madame e falei que queria ir embora no mesmo dia. Tinha esgotado a minha cota de bicho do mato no ano!
Voltamos para Paraty e no dia seguinte pegamos a estrada pra voltar pro Rio e festejar o fim de ano com a família.
Paraty

6 de janeiro de 2009