18 de junho de 2008

Araranguá (SC)

Uma das principais características da nossa expedição é levar um estilo de vida que cause o menor impacto possível ao nosso meio ambiente.

Não tenha dúvidas, viver na estrada requer uma organização e logística tremenda! Adquirir costumes que causam impactos menores poderia portanto ser um desafio grande, principalmente pra mim que sempre fui consumista de carteirinha! Mas verdade seja dita: não custa nada... É fácil, não dá trabalho, faz todo o sentido e pode até ser divertido!

Uma vez vi na TV uma reportagem sobre os costumes que precisavam ser modificados para que respeitássemos mais o planeta. Ouvi uma coisa que fez muita diferença pra mim. Que o primeiro passo era ter consciência do impacto, pois toda ação causa um impacto. Passei então a dar a atenção devida a cada coisa que eu utilizava ou descartava.

Com esse raciocínio, que no final das contas é o de saber o tamanho do lixo que eu produzo e imaginar o que é feito com esse lixo, ficou muito mais fácil pra mim mudar meu dia-a-dia com uma atitude positiva em relação ao mundo que eu vivo.

Na expedição usamos sabão biodegradável – aquele pastoso - para lavar louças (muito mais econômico e melhor para as mãos, diga-se de passagem), temos sacola de pano para fazer as compras, usamos sempre as mesmas garrafas de água (sempre nos abastecemos com água potável), damos prioridade à produtos com embalagens recicláveis e separamos o lixo – Lixo seco (plástico, vidro, lata) e lixo orgânico, este procuramos enterrar em áreas do camping. Mas em muitos lugares que fomos também já haviam depósitos de lixo separados.

Estamos em Araranguá (SC), ontem vivi uma experiência muito engraçada com o ato de evitar pegar sacolas plásticas. O município tem um centro bem desenvolvido com muitas lojas e serviços. Decidi então parar em um hipermercado para fazer “as compras do mês”. O nosso costume na expedição é de fazer pequenas compras diárias com alimentos frescos, mas não resisti quando vi aquele imenso complexo que teria todas as gostosuras de cidade grande.

Eu esqueci a sacola de pano dentro do carro e fiquei com preguiça de voltar pra buscar, então prometi a mim mesma que, por causa da preguiça, eu então não me daria ao luxo de pegar uma sacola plástica sequer. Teria que me virar!

De itens que precisam de balança comprei 5 tomates, 2 mamões, 1 cacho de banana, 2 maçãs, 1 limão, 5 batatas, 2 cenouras, 1 berinjela e 1 abobrinha. Pra pesar itens como esses eu e o João nunca pegamos sacos de plástico. Não faz sentido pegar 1 saco pra cada tipo de coisa e depois no caixa botar tudo dentro de uma sacola de novo... Então fui até a balança. O senhor que me atendeu quis me ajudar a colocar tudo dentro de sacos. Eu agradeci e disse que pra reduzir o impacto ao meio ambiente, não usaria os sacos. Ele gentilmente me explicou que não teria problema, que as sacolas estavam lá pra isso. Eu agradeci novamente e com um sorriso coloquei os 5 tomates em cima da balança. “Vamos ter que pesar um por um daí, se não vai dar problema no caixa moça”! Resultado: uma etiqueta em cada tomate, maçã, mamão, etc. Outro exagero. Agradeci muito e me desculpei por ter dado tanto trabalho, mas expliquei mais uma vez que era importante pro planeta. Não olhei pra trás pra ver o que as pessoas da fila da balança acharam. Queria que elas percebessem uma “normalidade” da minha parte.

Mas o mais engraçado foi na fila do caixa. As moças sempre ajudam a colocar tudo nas sacolas. Eu já de antemão disse que não precisaria, eu colocaria tudo no carrinho e levaria direto para o carro. “Já tenho muitas sacolas plásticas em casa!” (se eu dissesse “na barraca”, ela não entenderia!) Mas logo depois chegou outra moça pra ajudar. Aí expliquei o mesmo pra ela e ela então foi pro outro caixa. Segundos depois veio outra moça, todas muito simpáticas e prestativas. Expliquei que não queria sacolas e ela então me ajudou a colocar cada coisinha com sua respectiva etiqueta no carrinho, alem de todos os outros itens que eu tinha comprado – pão, papel higiênico, chocolate, queijo, etc. Tava dando um certo trabalho então mais dois rapazes vieram ajudar. Todos me achando a pessoa mais inusitada do planeta. (Mas tudo com a minha cara de “normalidade”!) De repente chega o gerente pra entender o que estava acontecendo e porque não estavam me ajudando a colocar todas aquelas coisas em sacolas. Mais uma vez, com o sorriso sedutor, expliquei sobre o planeta que vivemos...

Pois bem, fui sozinha para o estacionamento, feliz da vida e satisfeita, parecendo que eu tinha roubado tudo, já que não tinha nada dentro de sacolas. Colocar cada coisinha dentro do carro de forma que não amassasse ou quebrasse ou sujasse foi o desafio do dia... Mas aí foi culpa da preguiça, porque a sacola de pano estava lá!

Então, comecem pelo menos tomando a sobre consciência do impacto de cada ato e costumes. Da pet do refrigerante que bebemos, das embalagens dos produtos que comemos, dos resíduos das limpezas. Além disso, uma alimentação natural (frutas, legumes...) é bem mais saudável não é mesmo!? E se informem na internet sobre a coleta de lixo coletivo na sua cidade, sobre os papa-pilhas, etc. É como tomar conta da nossa casa!

Saúde para o nosso planeta!

Paz para todos!

7 comentários:

Anônimo disse...

Eu simplesmente AMEI esse episódio, Amélia!! Ri tanto.....aliás, tÔ rinda até agora ( e olha que estou na TPM onde não constumo rir muito!! Rs ) e me lembrei de mim mesma naquela fila do banco Real...exercitando a paciência. Beijos carinhosos!! Sabrina

Anônimo disse...

Hey princess!!!

Assim como você eu também não tenho o hábito de colocar os produtos em sacos. Tenho uma sacola de feira onde coloco tudo. O pessoal daqui vê com bons olhos a minha atitude.

A sacola está in voga e a venda por todos os lugares. Eu espero que pegue de verdade.

Muitas beijocas

Manu

Anônimo disse...

baby
volta pra casa.....
ce ta ficando pinelzinha!!!!!!
quero ver vc fazer o supermercado daqui de casa , sem os famosos sacos plasticos!!!!
te amoooooooooooo

Anônimo disse...

João e Amélia, tenho acompanhado o blog e o comentário que colocarei aqui já foi dito pessoalmente. Acho que vcs. estão se preocupando em pregar algo que não praticam integralmente. É claro que são as pequenas ações que vão se somando em um todo maior, mas se o prpopósito de vcs. é levar esta questão ambiental-social à sério, a primeira coisa que devem fazer é vender o carro, o gps, os notebooks, etc. e viajar de transporte coletivo, carona, bicicleta, ônibus, dormir em cocheiras, cavernas, etc. O radicalismo ambiental é utópico, a não ser que queiramos voltar a viver em ocas, nômades e sem qualquer conforto do mundo moderno.
As experiências que estão vivendo, devem servir mais para ver o que vcs. (nós) fazem (os)de errado do que para pregarem o que deve ser feito. É assim que aprendemos. E este é o grande questionamento que se faz ao "desenvolvimento sustentável", que não é nada além de uma "desculpa verde" para mantermos nossos hábitos de uma forma mais "ambientalmente correta".

Bjs. Nando.

Anônimo disse...

Amelia e Joao,

Pena que nossos desencontros da ultima vez que estiveram no Rio nao nos permitiu uma reuniao. Mas de qquer forma, queremos que vcs saibam que estao sempre em nossos pensamentos e torcemos muito pela felicidade e grandes experiencias dessa trip. Sobra tempo ate para uma pontada de inveja... ; )

Mandem noticias!

Bjao,
Pat e Rodrigo

PS. Temos um presente para vcs (gracas a Pat, claro que nao faria nada sem ela...)! Vcs curtirao mto! Querem que mandemos para algum lugar por correio????

Anônimo disse...

prezado Nando!
nao tive o prazer de te conhecer, mas de antemao , ja concordo com vc, em genero, numero e grau.
adorei a ideia de venderem o carro, o notebook e todos os gadjets que tanto amamos!
valeu mesmo
um abraço da mae da sustentavel!!!

Anônimo disse...

Sobre os sacos plasticos, é um otimo começo. Certamente que mesmo sem eles nossas vidas continuam rodeadas de habitos agressivos à saude do planeta, mas fico feliz de acompanhar a transformaçao de um estilo de vida. Nao é preciso ir morar numa caverna para tentar mudar habitos nocivos ao planeta e a sociedade. Controlar o consumo de sacos plasticos deve ser uma atitude simples de cada dia tao normal quanto lavar as maos e escovar os dentes. Mas compreendo que você precise falar sobre ela porque esta começando a descobrir um novo estilo de vida. No pais onde moro o supermercado nao pode dar sacos plasticos para os consumidores, é proibido. Somos obrigados a andar com sacos de pano dobradinhos na bolsa. Quantas vezes nao entei no bonde carregando meu pacote de papael higienico e minha caixa de leite. Ah, e nao moro numa caverna, e nao joguei meu laptop pela janela.
Beijos da Lê
ps: estou praticando escovar os dentes com a agua desligada